
A performance remonta uma situação vivida pela artista durante um concurso para professore efetive em uma universidade federal brasileira, realizado em 2019. A vaga ofertada era para ‘’Processos Criativos, com ênfase em Composição Coreográfica”.
Na prova teórico-prática, cada candidate deveria apresentar um solo de até 10 minutos, seguido da escrita de um texto argumentando defendendo o trabalho em consonância com tema sorteado no momento da prova. Seis temas diferentes compunham o edital, exigindo que as concorrentes estivessem preparadas para defender suas criações em qualquer uma dessas frentes.
Diante da inviabilidade de preparar 6 solos diferentes em menos de um mês, preparei um único trabalho com o propósito de defendê-lo em qualquer dos temas que fossem contemplados.
2018

Em cena, a artista inicia narrando a situação real do concurso. Em seguida, convida uma performer que assume o papel de presidente da banca examinadora, responsável por anunciar as regras do programa performativo:
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Formação da banca – Três voluntáries do público ocupam as cadeiras dispostas no espaço, compondo a banca avaliadora. Caso não haja interessados, a performance não acontece. Após se posicionarem, recebem os critérios de avaliação oficiais do concurso.
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Apresentação do solo – A(o) candidata(o) tem até 10 minutos para apresentar o trabalho.
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Defesa oral – Em até 5 minutos, deve defender a relação do solo com o tema sorteado.
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Arguição da banca – Cada integrante da banca dispõe de 5 minutos para fazer perguntas ou comentários.
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Resposta da(o) candidata(o) – Até 5 minutos para responder à arguição.
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Notas e resultado – A banca discute, atribui notas e, caso queira, redige considerações escritas. A presidente soma as notas, revela a média ao público e informa que o resultado oficial será posteriormente “publicado no site da universidade”. A nota de corte é 70 pontos.
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Os temas do concurso são então lidos um a um e colocados em uma caixa. Alguém do público sorteia o tema que guiará a defesa. A performance segue aos moldes da prova tensionando os limites entre jogo, rito e realidade.
Os temas apresentados no concurso:
a. Proposta(s) metodológica(s) para dramaturgia(s) na Dança;
b. A composição coreográfica e os critérios de identificação, seleção e manipulação de padrões de movimento;
c. Processos de criação compartilhada em Dança;
d. Abordagem(ns) sobre autoria na Dança;
e. Processo de criação na contemporaneidade: autonomia, colaboração e hierarquia situacional;
f. Criação em Dança com interfaces artísticas.

FICHA TÉCNICA
Variação para 6 temas
Concepção e performance:
Ricarda Alvarenga
Presidente da banca:
Daniella Aguiar e Candice Didonet






